Exposição de Alunos de Fotografia

Projetos de finalistas

Exposição de Alunos da Licenciatura em Fotografia da Universidade Lusófona 2020:

- Cláudia Sequeira

- Inês Amaral

- Inês Cabrita

- Joana Feliciano

- Joana Guerreiro

- Jonas Völpel

- Lícia Fialho

- Paula Santos

No decorrer do ano letivo mais atípico das nossas vidas, enquanto as casas minguavam e os ecrãs se expandiam, alunos finalistas da Licenciatura em Fotografia da Universidade Lusófona cumpriam o seu percurso académico num contexto desafiante de representação do eu e do outro. Confrontados com a entrada em campo de um novo léxico – que passou a incluir palavras como quarentena ou confinamento –, estes jovens autores recusaram sucumbir ao arrojamento diário de números invisíveis e continuaram à descoberta de experiências fotográficas. 

As obras apresentadas agora no palácio Conde Vimioso resultam do trabalho desenvolvido no âmbito da unidade curricular Fotografia Autoral: Projeto Individual I e II e refletem os encontros e desencontros dos alunos no processo de conceção e realização dos seus projetos finais de curso, seguindo uma metodologia de trabalho que visa criar oportunidades para melhor compreender a autonomia da linguagem da arte, em geral, e da fotografia, em particular.

A relação entre o autor, o assunto, a técnica e o observador assume aqui diferentes distâncias, formatos, cores e dimensões. A obra de Cláudia Sequeira, que encontramos na primeira sala desta exposição, aparece-nos como um diário coletivo, um jogo de oferendas à procura daquilo que a fotografia permite tornar universal. Se a narrativa de Joana Feliciano denuncia o carácter extraordinário do período que a viu nascer, ela revela ao mesmo tempo o poder indizível do poema, que ao mesmo tempo nos diz uma coisa e coisa nenhuma. A liberdade poética orienta também a obra de Joana Guerreiro, onde o play e o humor ganham cor e resistem ao absurdo. A obra de Paula Santos vibra com a ideia de ficção de natureza arquivista, apresentando imagens e sons que nos dizem repetidamente: isto foi. A forma, a materialização e a desmaterialização daquilo que é ao mesmo tempo – e de uma só vez – singular e múltiplo, alimentam a instalação de Lícia Fialho. Numa outra instalação, a de Inês Amaral, encontramos um ensaio sobre a queda do trauma, um corpo de imagens cuja natureza ferida nos implica. Um outro diário surge no contexto desta mostra, o de Jonas Völpel, aluno ao abrigo do programa Erasmus que descobriu neste país o significado da palavra pandemia e que procurou refúgio no mar e na utopia do amor. Por fim, a obra documental de Inês Cabrita, uma experiência sobre retrato que procura no embelezamento do outro uma ideia de amor-próprio, apresentando-se como documento dinâmico que humaniza.

Em 2020, o esplendor da Primavera foi transformado num delírio de cenários quotidianos, mas como os projetos destes jovens autores revelam, o confronto com o espaço interno adocicou a importância dos pequenos gestos que empoderam a criação de imagens fotográficas, assinalando a capacidade que estas têm de reinventar o tempo e nos abrir a uma experiência intemporal: a da contemplação. 

Os projetos foram lecionados em par pedagógico por Sofia Silva e Orlando Franco.

Link do evento: https://fb.me/e/3dktY5A5P

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