ROGÉRIO DE CARVALHO E A CAÇA | Sessão na Cinemateca
Rogério de Carvalho e a caça
Sala Luís de Pina
Quinta-feira 12 de novembro às 18h30
O cinema tem sido, ao longo do tempo, uma influência constante no trabalho do encenador Rogério de Carvalho.
Por proposta da Associação Artes e Engenhos, a organização desta sessão visa permitir um espaço de reflexão sobre essa marcante inspiração do cinema no teatro.
Do filme de Manoel de Oliveira, A CAÇA, partiremos para o registo do espetáculo com o mesmo nome que Rogério de Carvalho encenou em 2006.
O espetáculo teatral teve origem numa sugestão feita pelo encenador João Brites e desenvolveu-se em estreita relação com o grupo de teatro O Bando.
A projeção é seguida de uma conversa moderada pelo jornalista João Costa Dias, com Rogério de Carvalho, João Brites e a atriz Sara de Castro, em que se abordarão as relações do cinema, e em particular do filme de Oliveira, com o teatro deste consagrado e ainda marginal encenador luso-angolano.
A CAÇA
de Manoel de Oliveira- Portugal, 1963 – 21 min
“A CAÇA”
registo videográfico- Encenação de Rogério de Carvalho para o Teatro O Bando
- Portugal, 2006 – 36 min
- Duração total da projeção: 57 min | M/12
A CAÇA, uma das obras-primas absolutas de Oliveira, tem uma concisão e uma força direta um tanto raras no seu cinema.
Esta poderosa alegoria sobre o destino humano em forma semidocumental teve problemas com a censura salazarista, que obrigou Oliveira a filmar um desenlace feliz que substituísse o cruel desfecho da sua versão original.
Em 2006, este filme foi o mote para o desenvolvimento de um projeto de teatro encenado por Rogério de Carvalho com o Teatro O Bando.
A trama do filme desenvolve-se em torno de dois amigos que resolvem caçar sem espingardas.
Um deles cai e afunda-se num pântano.
Forma-se então uma cadeia humana que tenta socorrê-lo a todo o custo.
Na peça, são três os amigos que se decidem a caçar.
E além de frases e gestos das personagens do filme, de ambiências e alusões temáticas, estes atores capturaram ainda pequenas histórias de crianças do concelho de Palmela, a fazer crer que a tensão e a violência atravessam os tempos e os espaços.